Olá pessoas!
Um professor meu de Português costumava dizer o seguinte sobre esse tema: “Dinheiro NÃO traz felicidade, MANDA trazer!” Aproveitei e escrevi esse texto.
Logo retomo essa frase. Por agora vamos às pesquisas e reflexões filosóficas sobre o tema.
Daniel Kahneman e Angus Deaton, dois ganhadores do premio Nobel de economia, ficaram famosos com uma pesquisa em que descobriram o número mágico da felicidade: 75 mil dólares anuais! Até atingir essa renda, diz a pesquisa, a felicidade aumenta conforme aumenta o dinheiro na conta. Depois desse patamar, essa correlação deixa de existir, isto é, não adianta nada ganhar mais você não será mais feliz por conta disso!
Corroborando essa pesquisa, três economistas suecos– Erik Lindqvist, Robert Östling e David Cesarini – conduziram um dos maiores estudos até hoje sobre os efeitos de longo prazo na felicidade daqueles que ganharam na loteria.
O estudo sueco encontrou poucas evidências de que ganhar uma grande quantia de dinheiro na loteria tenha algum impacto significativo na felicidade dos vencedores. Eles também descobriram que ganhar muito na loteria não melhora substancialmente a saúde mental atual das pessoas.
Caso decidido então? Dinheiro não traz felicidade! Não exatamente. Dois pesquisadores britânicos descordam dessa conclusão. Entram em cena Daniel Sgroi e Eugenio Proto. Eles tentaram construir um “Índice Nacional de Valência” – uma medida mais objetiva de felicidade.
Eles construíram um índice a partir de um método baseado na análise quantitativa da linguagem natural publicada em livros e jornais nos últimos 200 anos. Buscaram com isso capturar padrões confiáveis no bem-estar subjetivo histórico. O resultado foi que, de maneira geral, a felicidade aumenta SIM na medida em que aumenta o produto interno bruto de um país.
O que as várias pesquisas são unânimes em dizer é que quem tem pouca ou quase nenhuma renda com certeza é menos feliz. Porém, há descordo entre a conclusão de que quanto mais dinheiro mais felicidade.
E aí? Mais grana mais felicidade? Ou não?
Retomo nesse ponto a frase do meu professor: dinheiro MANDA trazer a felicidade!
Penso que a chave para a resposta está nesse MANDA e o que ele nos diz. Ele nos conta que essencial para a felicidade é a autonomia. O dinheiro é capaz de trazer autonomia financeira, mas não é só esse tipo de autonomia de que a felicidade depende.
Para sermos felizes precisamos entender autonomia de uma maneira mais profunda, em seu sentido amplo. Uma pessoa autônoma toma decisões consciente de seus direitos e deveres na sociedade em que vive, compartilhando sentimentos e ações em benefício do bem comum.
Não é possível ser autônomo sem um Outro, pois é na vida compartilhada que desenvolvemos nosso amor e respeito em busca do desenvolvimento pessoal. Esse entendimento não é ingenuidade do psicólogo que vos fala, mas decorre do trabalho intelectual e reflexivo de muitos profissionais de variadas áreas como economia, política, ciências sociais etc.
Tanto é assim que como medida alternativa ao ter ou não ter dinheiro na avaliação da felicidade o fórum econômico de DAVOS, aquele mesmo dos ricaços e políticos influentes, desenvolveu o IDI (Índice de Desenvolvimento Inclusivo) que preconiza três pilares: 1 - crescimento elevado, eficiente e sustentado; 2 - inclusão social para garantir a igualdade de acesso às oportunidades; e 3 - redes de segurança social para proteger os mais vulneráveis e desfavorecidos.
Muito mais que dinheiro a felicidade exige para si e para os outros justiça, equidade e segurança.
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