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A história que nos contaram sobre a velhice: interrogando a nossa Cultura Etarista

Atualizado: 3 de mai. de 2022


Viver é envelhecer, nada mais.

Simone de Beauvoir


Etarismo é a discriminação da pessoa por conta de sua idade. É um tipo de preconceito que atinge jovens e adultos mais velhos e é reconhecido pela ONU - Organização das Nações Unidas como uma violação profundamente enraizada dos direitos humanos.


A discriminação produzida pelo Etarismo é tão difundida e aceita que nem mesmo reconhecemos seu efeito prejudicial sobre nossa dignidade e nosso direito. Afinal, discriminar as pessoas em função da idade que têm significa discriminar a si mesmo, o seu próprio passado ou seu futuro.


Certamente, o modo como vemos a vida após os 60 influencia enormemente nossos sentimentos e fantasias quanto ao envelhecimento nosso e de nossos pais. Se o que penso é poluído pelo Etarismo - a discriminação da pessoa por conta da idade - o medo, a angústia e a impotência serão predominantes.


Compreender esses preconceitos, enraizados no nosso mais íntimo, nos ajuda a entender que são muitas as possibilidades de envelhecimento. O que mais atrapalha lidar com o envelhecimento é justamente o preconceito.


Obviamente que podem existir momentos da velhice em que nós ou nossos pais precisem de cuidados e estejamos mais vulneráveis. Mas não é essa também a realidade em todas as etapas da vida? Em momentos variados da infância, adolescência, fase adulta, todos, em maior ou menor grau, dependeremos das pessoas que amamos para ter qualidade de vida.


Vale salientar que a vida após os 60 é também constituída de muitas fases, se pensarmos que podemos viver até os 100, temos um intervalo de 40 anos. Tempo longo o suficiente para nos preparamos para os desafios de cada etapa. Desafios que, novamente, estão presentes em qualquer fase da vida.

Não é com um simples texto que você vai resolver as dificuldades e angústias que te afligem quando pensa no seu envelhecimento e no de seus pais. Ao mesmo tempo, fica claro que um inegável ponto de partida é questionar a visão mais comum que recebemos da nossa Cultura e muitas vezes não problematizamos.


Pesquisa recente com idosos de todo o Brasil mostra que:

61% dos adultos questionados concordam que “não tenho medo da morte, mas não gostaria de estar sozinho quando ela chegar”

66% “não estou preparado para a morte, pois ainda quero realizar muitas coisas”

70% “O que mais me preocupa com a morte são as pessoas que irei deixar”


Esses dados nos permitem compreender a importância de fazer-se presente na vida de quem nos deu a vida, pensando em retribuir o carinho e o cuidado que recebemos deles. Encerro com esta pergunta: como você pode fazer isso hoje?


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