“Eu vejo minha vida pregressa como um bom dia de trabalho, trabalho feito e me sinto satisfeita. Eu fui feliz e contente, conheci apenas a vida simples que tive e aproveitei ao máximo o que ela me ofereceu. E a vida é o que fazemos dela, sempre foi assim, sempre será.”
—Vovó Moses
Quem foi a vovó Moses?
Vovó Moses foi uma artista americana que passou décadas vivendo a vida rural e agrícola que mais tarde ela representaria em suas pinturas. Começou a se dedicar à arte quando estava na casa dos setenta. Em 1938, um colecionador de arte descobriu seu trabalho por acaso. Completamente autodidata, Moses logo se tornou famosa por suas imagens da vida no campo.
Agricultora, esposa e mãe
Nascida Anna Mary Robertson em 7 de setembro de 1860, em Greenwich, Nova York, Vovó Moses foi uma das artistas populares mais famosas do século XX. Cresceu com seus outros nove irmãos na fazenda de seus pais. Saiu de casa aos 12 anos para trabalhar como empregada em uma fazenda próxima. Casou-se com Thomas Moses em 1887, e os dois se estabeleceram em Shenandoah Valley, na Virgínia. Lá administraram uma fazenda e criaram cinco filhos juntos (o casal perdeu outros cinco quando bebês).
Em 1905, Moses retornou ao estado de Nova York com sua família. Ela e o marido tinham uma fazenda em Eagle Bridge, Nova York. Mais tarde, Moses começou a se interessar pela pintura, criando seu primeiro trabalho em um fireboard (painel em madeira que fica em frente a lareira quando não está acesa) em sua casa em 1918. Ocasionalmente pintou depois disso, mas não se dedicou ao ofício até muito mais tarde. Apenas após ter sofrido uma grande perda, em 1927 morre seu marido, procurou maneiras de se manter ocupada em sua dor.
Depois desta perda, ela tentou se distrair com bordados, mas desenvolveu uma artrite debilitante. O hobby alternativo sugerido por um membro da família acabou lançando sua carreira aos 76 anos.
Artista popular reconhecida
Em meados da década de 1930, Moses, então com setenta anos, dedicou a maior parte de seu tempo à pintura. Sua primeira grande chance veio em 1938. Ela tinha alguns de seus trabalhos pendurados em uma loja local, e um colecionador de arte chamado Louis J. Caldor os viu e comprou todos.
No ano seguinte, Moses teve algumas de suas pinturas exibidas no Museu de Arte Moderna de Nova York em uma exposição de artistas desconhecidos. Ela fez sua primeira exposição individual em Nova York e teve seus trabalhos pitorescos exibidos na Gimbels, uma famosa loja de departamentos de Nova York, no ano seguinte.
Moses na maioria das vezes se inspirava em sua memória para criar suas cenas cativantes da vida rural. De acordo com o New York Times, ela disse uma vez que “tenho uma ide ia e começo a pintar; então eu esqueço tudo, tudo menos como as coisas costumavam ser e como pintar para que as pessoas saibam como vivíamos.”
Moses desenvolveu seguidores dedicados. Em meados da década de 1940, suas imagens foram reproduzidas em cartões comemorativos, o que a apresentou a um público mais amplo. Moses ganhou o prêmio Women's National Press Club por suas realizações artísticas em 1949. Ela foi a Washington, capital, para receber essa honra e se encontrou com o presidente Harry Truman durante esta visita. Moses logo mudou do pincel para a caneta, escrevendo um livro de memórias em 1952, A história da minha vida.
Pela contagem da revista TIME, seu trabalho esteve em mais de 160 exposições no início dos anos 1950, e ela tinha “o único quadro da ‘Ecole Americaine’ pendurado no Museu de Arte Moderna de Paris”. Estima-se que mais de 50 milhões de cartões de Natal da Vovó Moses tenham sido vendidos nos EUA.
Morte e legado
Para comemorar seu 100º aniversário, o governador de Nova York, Nelson Rockefeller, declarou o dia 7 de setembro de 1960 como o “Dia da vovó Moses”. Ele repetiu a honra no ano seguinte para marcar o aniversário de 101 anos do artista. A essa altura, porém, Moses estava com problemas de saúde. Ela faleceu em 13 de dezembro de 1961, em um centro médico em Hoosick Falls, Nova York.
Durante sua carreira, Moses criou cerca de 1.500 obras de arte. Suas pinturas são populares até hoje e fornecem um vislumbre do passado rural dos Estados Unidos. Um de seus ilustres admiradores, o presidente John F. Kennedy, considerava a vovó Moses como “uma figura amada da vida americana”. Ele também disse que “A franqueza e vivacidade de suas pinturas restauraram um frescor primevo à nossa percepção da cena americana.”
Traduzido e adaptado:
https://time.com/4482257/grandma-moses-history/
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